Drathair
Against the waves, with our swords in our hands. Against the sea, with our backs to the walls. Against distress, in the presence of our enemies. Against the storms, roaring at our faces

O REFÚGIO

E
m determinado momento de sua vida, as coisas não pareciam ir bem, diversos motivos poderiam causar uma forte angústia, um pesar.  Porém, sempre que você dormia podia sentir um calor em seu peito e uma voz em sua cabeça te chamando. A voz era da pessoa que você mais tinha ligação. A pessoa sempre pedia para você abrir a gaveta e entrar dentro dela, e sempre que ouvia você acordava. Essa situação continuou assim até o momento em que você mais precisou de ajuda. E quando esse momento chegou, você pôde ver a frente de uma gaveta velha feita de madeira, com puxadores bem gastos, ali flutuando em sua frente. A tentação de abrir a gaveta era forte, e quando menos esperou a gaveta já estava aberta, e a última coisa que conseguiu ver foi uma luz furta-cor o puxando para dentro da pequena gaveta.
A viagem era como estar dentro de um furacão, tudo girava e talvez você estivesse até um pouco enjoado. O local onde você foi parar era desconhecido, tudo era preto, não parecia haver chão, paredes ou teto. A única coisa que você podia ver era uma porta velha, carcomida e quase caindo aos pedaços feita de madeira. Essa porta tinha um formato de arco e haviam diversas frestas por onde passava uma forte luz branca, que de certa forma era até morna. Nada lá fazia som, seus passos, respiração, até seus pensamentos pareciam mudos, tudo que te guiava era o instinto que o levava em direção da porta velha que se abriu para você.
Assim que a porta se abriu, você pôde ver um uma floresta com uma longa trilha que levava até uma parte mais aberta, onde havia um gigantesco jardim verde com diversas flores coloridas por toda parte, uma espécie de lago que cruzava todo o terreno e pequenos amontoados de terra com uma vegetação das mais diversas cores. Havia um caminho de pedras que levava até a entrada, chegando lá uma mocinha de pele escura e cabelos alvos te recepcionou. Ela explicou que ali era um refúgio, e estava em um lugar que não poderia ser encontrado por alguém que não precisasse ou que alguma relíquia não o requisitasse. Pois lá era um ponto neutro, um universo a parte para todos que desejavam uma vida de aventuras e que não aguentavam mais a realidade em que estavam inseridos. Ela explicou também, que apesar de lá acolher todos que precisam, talvez por uma maldição do destino, todos que lá estavam eram obrigatoriamente portadores de relíquias.
Os portadores de Relíquias são seres de qualquer raça, sexo, idade ou credo que foram escolhidos por alguma dessas Relíquias para serem seus protetores. As Relíquias por sua vez são instrumentos capazes de alterar a realidade de alguma maneira, como por exemplo um colar que permite com que tudo morra, inclusive a própria morte, ou uma pena que da a capacidade do seu usuário de se comunicar e controlar seres de pluma como pássaros, ou até mesmo anjos. Essas relíquias estão espalhadas por todos os planos de existência e inclusive em diferentes linhas temporais, existem Relíquias que ainda serão criadas e podem ser despertas hoje, assim como pode haver Relíquias que já foram criadas a muitos milênios mas nunca despertaram. Para elas o tempo é como um grande lago, o passado, presente e futuro são como um ciclo.
A jovem também explicou que aquela casa era como se fosse uma pousada, era um lugar que quem precisasse poderia ficar sem custos. Porém eles precisariam ficar com suas Relíquias o tempo todo, podendo ou não aprender sobre elas, ou até mesmo não as utilizando, isso era escolha daqueles que desejavam lá ficar, e enfatizou a importância das Relíquias ficarem sempre juntas a seu portador, e que esse era o único requisito que não poderia ser alterado.
Como lá era um espaço frequentado por todo tipo de gente, muitas coisas não seguiam a lógica lá dentro, e até mesmo Deuses se tornavam apenas Portadores de Relíquias, claro que mantinham suas habilidades individuais, mas sem controle nenhum sobre a realidade, tempo ou espaço ali dentro. E todos podem sair daquela dimensão quando assim desejar, bastava passar pela porta velha novamente.