As águas do tempo se turvam conforme nos aproximamos de um passado longínquo. Relíquias, ruínas antigas e até gravuras em paredes: Sinais que nos contam uma história há muito tempo já esquecida. A maioria das pessoas nunca irão perceber ou sequer imaginar toda a verdade que lhes é escondida, mas algumas conseguem ver que ainda há mais coisas a aprender. Aquelas que enxergam e sabem onde procurar acabam descobrindo lendas de uma entidade adormecida em nosso plano, relíquias, deuses ocultos  e de uma guerra em nome do trono da nossa realidade. Lendas de uma civilização perdida, são muitos os nomes dados a essa civilização, e a maioria se perdeu no cômputo dos anos, mas até mesmo os relatos fragmentados do passado fazem menção a um deles: Atlântida.
Descoberto eras atrás, este local místico nos conduziu até si através dos instintos mais profundos que a magia deste local despertava nos homens. Ali a humanidade descobriu a existência dos planos externos, locais fora da nossa realidade que são repletos de uma substância etérea chamada de Mana, e é comumente interpretado como a "substância da qual a magia é feita", além de ser a substância que forma a alma. Essa força existiria não só nas pessoas, mas nos animais e objetos inanimados. Essa substância conhecida como Mana não existia em nosso plano.

A Terra, que antes era um lugar livre da magia, agora estava inundada de tanta Mana. Mas de onde vinha tanto poder? A resposta também estava em Atlântida. Aparentemente uma entidade poderosíssima estava abrigada em nosso plano, e mesmo adormecida ela foi forte o suficiente para abrir diversas fissuras no espaço, essas fissuras se tornaram portais para os mais diversos planos Supernos, e destes portais vazaram a Mana, que logo se abrigou no corpo dos homens mais propensos a carregar a magia consigo.

Essa energia mística, que agora fora desperta no corpo dos humanos era responsável por um súbito aumento de inteligência e sabedoria entre os homens. Para estes, o título de Magus foi conferido, grandes portadores de uma sabedoria dos agora chamados de planos Supernos. E o que se descobriu nesses lugares ateou fogo às almas humanas. Com o poder de seus pensamentos, aprenderam a tornar real neste mundo aquilo que era real nos Reinos Supernos: a possibilitar o impossível. Aquilo que antes só se podia fazer em sonho era agora plausível no mundo desperto. Na verdade, era como se apenas as almas mais iluminadas estivessem realmente Despertas, ao passo que todas as outras pessoas Dormiam e partilhavam o mesmo sonho.  

Os Despertos ergueram uma civilização gloriosa em sua ilha sagrada, dividindo-se em ordens administrativas especializadas e cooperando para desvelar os Mistérios dos reinos superiores. Mas o poder que com isso descobriram não demorou a superar a sabedoria daqueles que o detinham e, movidos pela ambição, eles cometeram um crime terrível. Tentando abandonar completamente o mundo dos sonhos, eles construíram uma enorme escada celestial para levá-los aos Reinos Supernos, onde conquistaram os tronos dos deuses e usurparam-lhes o lugar. Tentaram controlar toda a realidade somente com seus pensamentos, mas a Criação estremecia a cada um de seus caprichos insensatos. Não havia outra escolha a não ser derrubá-los, para que a realidade inteira não fosse corrompida e fragmentada. Os Despertos que ainda restavam em nosso mundo subiram a escada celestial e guerrearam com seus antigos irmãos, abalando toda a Criação. No fim, a própria escada se desfez e nosso mundo caiu, separando-se dos Reinos Supernos e deixando atrás de si um precipício intransponível de irrealidade, conhecido como o Abismo.

No entanto, apesar do Mundo Decaído ter sido amaldiçoado a Dormir cada vez mais profundamente, ainda existem aqueles que Despertam. Nos confins dos Reinos Supernos encontram-se gigantescas torres de vigia que, mesmo nos dias de hoje, convocam as almas corajosas e iluminadas a atravessar o Abismo traiçoeiro. Se a alma sobreviver a essa jornada e entalhar seu nome numa dessas torres, o Adormecido Despertará e herdará o legado esquecido da humanidade: a magia. Ao fazê-lo, caberá a ele encontrar outros que, assim como ele, também se libertaram do sonho comum da humanidade e agora tentam redescobrir a verdade que se esconde atrás dos Mistérios da Criação. E, se revelarem os fragmentos remanescentes da cultura perdida da fabulosa Atlântida, os magos terão de decidir se irão recriar a civilização iluminada fundada pelos primeiros sonhadores ou se construirão algo melhor, com base nos ideais mais elevados deste Mundo Decaído. As Relíquias — Mesmo que a ligação entre a Terra e os planos Supernos estivesse rompida, ainda havia um ponto, um último Local de Poder. Este lugar é chamado de Drathair, um nome que vem do Gaélico Escocês, e que significa literalmente: Gaveta. Talvez seja uma piadinha de extremo mal gosto, visto que Drathair é uma pousada para os Recém despertos.
Mas qual seria a necessidade disso já que as fendas estavam fechadas? Bem, como você soube a pouco, Drathair ainda era um Local de Poder, mas diferente de todos do passado, ele não era um portal direto para os planos Supernos, tampouco era um local repleto de mana e toda aquela energia mística. Na verdade ali era conhecido como Mapa-Mundi, pois era um lugar onde Relíquias revelavam suas posições para que novos despertos pudessem porta-las.
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